E eu partirei.
No caminho o sabor de nós dois
se extinguira, as mãos, iniciadas na arte de submergir
por entre extensas planícies azuis, irão
quedar deflagradas em mil e um pedaços.
A dor intensa,
a lágrima espinhosa,
o rosto que se afasta,
o peito que mingua...sou eu!
E eu partirei,
levando comigo somente os resquícios
dos beijos havidos,
das manhãs todas que a sede transformou-te, assim como se transformaram esses rios de caminhos incertos
e que seguem a eterna busca do infinito mar.
O silencio inquietante,
o vazio profundo,
a voz que de longe
desperta a tua atenção...sou eu!
E eu partirei, mesmo que me falte o corpo, mesmo que não me bastem os passos, pois sei que em algum lugar, em algum momento, lá estarás tu, esperando por mim, e sorrindo dirás: — Já estava cansada de te esperar!
E nesse instante,
um sorriso em pérola,
uma lágrima em flecha,
uma flor apenas,
será bastante para te mostrar a minha felicidade.
Monday, November 30, 2009
O nosso sonho, irmãos
O nosso sonho
cresce fértil nas vísceras da terra
e é nosso o suor que o alimenta.
cresce fértil nas vísceras da terra
e é nosso o suor que o alimenta.
A nossa (in)consciência
Vejo a madrugada resvalando-se
num abismo de tenebrosa cólera, fértil
o olhar da prostituta sufoca o grito
do recém-nascido, transformando-o num coágulo de sangue que
fenece pelos esgotos ignotos
das ruas da nossa consciência...
Se a nossa consciência
não fosse esta exímia parturiente da maldade,
que sentido faria a benevolência?
num abismo de tenebrosa cólera, fértil
o olhar da prostituta sufoca o grito
do recém-nascido, transformando-o num coágulo de sangue que
fenece pelos esgotos ignotos
das ruas da nossa consciência...
Se a nossa consciência
não fosse esta exímia parturiente da maldade,
que sentido faria a benevolência?
Os teus olhos infinitos
Hoje roubei todas as estrelas do céu
e quando pensei em colá-las nos teus olhos
faltava-me ainda o universo todo...
e quando pensei em colá-las nos teus olhos
faltava-me ainda o universo todo...
índicos caminhos
Quero me afogar por estes caminhos em que morrem as flores de cada luar.
Quero recriar as raízes de cada noite e entender como morre o sol na boca dos peixes...
Deixa-me entender os segredos que suavemente o vento revela aos pinheiros,
Provar da curiosidade da terra que despe as rosas dos seus vestidos vermelhos, ou mesmo das suas folhas que pairam no ar como verdes aves de esperança.
( Digam-me quem amputou o sexo das rochas, que já não gemem, quando as cálidas mãos da tarde as afagam.)
que embalavam as revoltas ondas do mar?
Friday, November 20, 2009
En tu cuerpo
En tu cuerpo
habito la media distancia
entre la locura y la muerte
o aún, la constante
busca del infinito, donde
se revelan las inconfessadas
recuerdos que la memoria
nos oculta.
Vuelvo a crear en la desnudez del verso
la súbita forma de las aves
en simulado vuelo, trazando
la breve alianza, del cuerpo y de
el alma, cuando el lento
fuego se denuncia en tus ojos.
Reescribo solamente para ti
el indescriptible despertarse de los crepúsculos
bajo los ojos, y, divagando por los
túneles subterráneos de tu cuerpo
atravieso el infecundo vientre
de las caricias, donde penden las manos
deseosas de placer.
Sin embargo
reside en nosotros, mi amor,
esta sede por matar
que embriaga-nos de sequedad
y, ahoga nuestros labios de distancias.
Mi amor,
no tarde, que mis ojos se borraron
no tarde, clave luego tus manos
dentro de mi pecho, y, cúbrame de brillo
haga despertar el sol en ti,
para que no tardemos a amanecer.
habito la media distancia
entre la locura y la muerte
o aún, la constante
busca del infinito, donde
se revelan las inconfessadas
recuerdos que la memoria
nos oculta.
Vuelvo a crear en la desnudez del verso
la súbita forma de las aves
en simulado vuelo, trazando
la breve alianza, del cuerpo y de
el alma, cuando el lento
fuego se denuncia en tus ojos.
Reescribo solamente para ti
el indescriptible despertarse de los crepúsculos
bajo los ojos, y, divagando por los
túneles subterráneos de tu cuerpo
atravieso el infecundo vientre
de las caricias, donde penden las manos
deseosas de placer.
Sin embargo
reside en nosotros, mi amor,
esta sede por matar
que embriaga-nos de sequedad
y, ahoga nuestros labios de distancias.
Mi amor,
no tarde, que mis ojos se borraron
no tarde, clave luego tus manos
dentro de mi pecho, y, cúbrame de brillo
haga despertar el sol en ti,
para que no tardemos a amanecer.
Subscribe to:
Posts (Atom)